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domingo, 9 de outubro de 2016

Resposta ao comentário da Mônica Machado.



Bom, obrigada pelo seu comentário e bem vinda ao Blog!


Primeiro, não deveria se preocupar em ser sucinta, porque (levando-se em consideração o alto índice de suicídio, depressão, violência, descriminação, a opção de não crer e rejeitar o evangelho, por acreditar que não é possível ter uma relação de Fé para com Deus/Cristo, dentre outros fatores pelos quais passam aqueles que não são heterossexuais) o assunto é complexo e delicado, portanto ser simplista e simplesmente repetir essa interpretação tão dúbia a qual se impõe sobre a sexualidade humana encontrada em Levítico e em Romanos (E isso apenas para mencionar as que você citou) não parece responsável, dizer que toda e qualquer relação homo afetiva é condenada aos olhos do Senhor. Mas independente do que você, eu ou a tradição possamos pensar a respeito da sexualidade humana, podemos encontrar a VERDADE, mas somente a partir do momento em que olhamos para Jesus Cristo como chave Hermenêutica, e isso se aplica a qualquer discussão. 

O problema é que estamos habituados a acreditar naquilo que nos dizem sem pensar ou questionar os fatos, e como disse no post anterior concordar com tais afirmações sem checar os fatos não é justo e nem sequer inteligente. Mas vamos aos detalhes:


Importante ressaltar que aqui Paulo não se refere aos gays de nascimento (e não só a genética, prova que eles existem mas o Próprio Jesus em Matheus 19:11-12) , nem aos gays que assim se tornaram pela via de um trauma, mas aqueles que, sendo héteros, conscientemente escolheram viver essas experiências homossexuais também. 

No verso 21, encontramos: “não o honraram como Deus” e logo em seguida dos versos 23-25 percebemos que o texto se refere ao pecado da idolatria. Nos versos 26-27, vemos o abandono do seu desejo natural, do seu prazer natural a uma vida de prática sexual desumanizada. A carta está se referindo as práticas homossexuais comparando-as com idolatria e rituais de orgia. Naquela época, Roma tinha adotado diversos costumes de povos pagãos. Inclusive, a igreja primitiva adotou uma série de rituais e costumes de religiões pagãs. Assim naquele período havia muitas práticas ritualísticas envolvendo sexo, “o sexo sacerdotal” ou “prostitutos e prostitutas sagrados” (depois pesquise sobre, se quiser). Havia crianças, meninos e adolescentes do sexo masculino que pertenciam ao estado, eram adotados pelo império para reserva-los à prática sexual, isso está documentado (pesquise).

Nesse verso “Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário natureza;” os pastores aplicam ao ato de poligamia, ter mais de um parceiro ou pior ainda, “uso natural” no trecho acima seria a troca do sexo vaginal pelo anal ou lesbianismo. Não se trata disso! Paulo se refere á idolatria. Mulheres se prostituíam em cultos a deuses estranhos.
Ou seja o texto trata da relação sexual que não é advinda de um gesto de amor, de complemento de vida, de carinho, de unidade, mas “contra” a natureza. E ao se referir a esse ir contra a natureza é valido ressaltar que sendo um fator natural existirem pessoas atraídas pelo mesmo sexo, ir contra a natureza nestes casos para alguém sobre essa condição é desconsiderar a sua condição natural e se relacionar com alguém do sexo oposto, o que pode gerar uma relação infeliz e forçada. 

A fim de esclarecer melhor essa questão estou trabalhando em um novo post que trata da questão com maior profundidade. Com isso espero que perceba que a única interpretação distorcida aqui provem de uma tradição meramente moralista que quer enquadrar todos os não héteros a condenação, julgamentos e exclusão. 

Agora vamos á resposta a sua pergunta e afirmação (e francamente deveria ter pensando um pouco antes de colocar esse ponto como argumento, porque além de incoerente é um prato cheio para os ateus) você disse:


"Sendo Deus criador de todas as coisas e fonte de todo a ciência e sabedoria, colocaria uma "alma masculina" em um corpo feminino, ou vice-versa? Se sim, então esse ao qual professam crer não é o Deus citado na Bíblia. Se não, então esse argumento é destruído."

Bom essa colocação abre um leque de questionamentos e para muitas questões que inclusive os ateus aproveitam para provocar dúvida sobre a existência do Pai. 

O que você afirmou é o mesmo que dizer: sendo Deus criador de todas as coisas fonte de toda ciência e sabedoria permitiria que alguém nascesse cego, com algum problema físico, ou por que Deus permite coisas como terremotos, em fim acho que você entendeu as possibilidades de questões que a sua afirmação provoca. Mas mesmo assim quero enfatizar e explicar a condição homo afetiva não com a minha opinião ou defesa para a homossexualidade, mas a partir dos fatos que nos levam a VERDADE.

Após a queda do homem, a criação, passou por um processo de transformação anômala na natureza em todos os sentidos. Com isso temos um canário transitório de perfeição original para anomalias, entretanto dentre tantas que abrangem a nossa existência, não estamos privados de soluções, pois afinal estamos falando de um Deus de amor pela sua criação. E para chegarmos ao entendimento e alcança-la faz se necessário definir e distinguir dois pontos cruciais, nesse conjunto anômalo: a anomalia condicional da anomalia arbitraria  (para separamos aquilo que se encaixa com o padrão e vontade do Criador para as nossas vidas ).

A primeira nos podemos considerar como, um fato natural que precede a não intervenção da escolha do ser, ou seja um fator natural. 

Ex: Ao ser gerado nenhum ser, tem a opção de dizer, quero olhos dessa cor, não quero ser cego, quero ser alto, não quero ficar careca. Do mesmo modo uma rosa não pode escolher não ter espinhos, em fim.

Portanto dessa anomalia podemos dizer que, não se pode condenar uma rosa que nasceu com espinhos porque isso é inerente á natureza dela.

Nesse sentido ao tratarmos da sexualidade humana devemos considerar essa possibilidade visto que: Cada vez mais, importantes teólogos e estudiosos da Bíblia confirmam que também os homossexuais foram criados por Deus, pois nasceram assim do ventre materno (Mateus, l9-l2). E para dar maior ênfase a questão estudos genéticos vem comprovar essa condição. Assim respondendo a sua pergunta: 

Por que se Deus fez o homem e a mulher, ele criaria uma mulher com alma masculina e virse-versa? A resposta é anomalia condicional existe; 

Em Matheus 19, Jesus fala sobre o casamento e o divórcio. Jesus defende o casamento e a união entre homem e mulher, reforçando o que Deus ordenara desde o princípio, mas ele deixa claro que nem todos podem receber essa palavra porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe, ou seja, há homens que nasceram com problemas genitais, isso pode incluir tanto um defeito no órgão genital, propriamente dito, como hermafroditas, por exemplo, ou pessoas com distúrbio de personalidade ou hormonal, podemos nos referir também as pessoas que não possuem a libido sexual ou atração pelo sexo oposto que são os homo afetivos de nascimento, por exemplo.


Outro ponto interessante a ressaltar sobre a anomalia condicional é que em muitos casos as pessoas, costumam ligar uma condição anômala pela qual alguém esta passando a um pecado que essa pessoa cometeu. O que é um equívoco enorme como podemos entender a partir da seguinte passagem bíblica.

Ex: Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego? Disse Jesus: Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele"


E sim assim são os fatos como podemos condenar alguém sobre sob uma condição anômala, que está sobre controle da intervenção Divina? Antes de chegarmos á conclusão e analise desse fato, vamos á segunda anomalia:

A anomalia arbitrária, envolve escolha do livre arbítrio, ou seja ela envolve a decisão analítica livre entre determinada escolha moral ( pelo padrão Divino.) que é de inteira responsabilidade do agente. Tendo sido esclarecidas, a anomalia condicional e anomalia arbitrária, podemos dizer que toda anomalia condicional esta sobre controle e permissão Divina, logo não há como condenar ou julgar ninguém pelo fato de ser amarelo ou vermelho, pois este é um fator natural que implica não escolha para sua existência.

Entretanto quando falamos de anomalia arbitraria, falamos de escolhas entre coisas que a luz dos preceitos Divinos podem causar dor e sofrimento não somente a nós, mas ao próximo e ao Próprio Criador, ou seja estamos falando de pecado.

Para demonstrar a importância da distinção dessas anomalias e concluir a discussão, gostaria de voltar a discutir sobre a exortação que Paulo faz em Romanos, e também seguinte afirmação feita por você:

"A causa da homossexualidade é a natureza depravada do homem, que desde Adão já nasce em pecado. Como assim? Todo homem, desde o nascimento, está sob a maldição de Adão (Gn 3:17), ou seja, sua natureza é corrupta de caída pelo pecado. E dessa forma o arbítrio do homem (sem Cristo) se torna escravo do pecado, pois não pode santificar-se"

De acordo com o que afirmou Jesus em Matheus 19 e também com a genética (como dito antes) a causa da homossexualidade é uma anomalia condicional, intrínseca a natureza dos ser.

Por outro lado Paulo relata a situação em que homens héteros passam a ter relações homo afetivas, de forma promiscua, por livre escolha, estes estão sim carregando os traços da natureza corrompida pelo pecado e desta forma estão em condição anômala arbitrária. E a única forma de mudarem de atitude é mediante a ação de intervenção e redenção somente pela Fé em Cristo e ação do Espírito Santo. Para entendermos melhor a diferença nessas anomalias, vejamos a passagem 13:23 em Jeremias.

Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal. Jeremias 13:23.

A resposta certamente no que diz respeito a traços físicos – anomalia condicional: nós não podemos mudar. Assim como não pode o etíope mudar a sua cor, nem o leopardo as suas manchas.


Quanto a fazer o bem quando estamos acostumados a fazer o mal- isto é anomalia arbitraria, seria impossível ser alterada sem a operação do Espírito de Deus no homem , Deus Transforma o coração, muda o caráter ... “Porque pelo poder de Deus homens e mulheres têm quebrado a cadeia do hábito pecaminoso. Têm renunciado ao egoísmo. O profano tem-se tornado reverente; o bêbado, sóbrio; o pervertido, puro. Pessoas que tinham a semelhança de Satanás, transformaram-se na imagem de Deus. “Essa transformação é em si mesma o milagre dos milagres” (Educação, p. 172). 


Como sabemos “todos pecaram e carecem da glória de Deus Romanos 3:23” e para não fugir a regra isso significa que todos sem exceção possuem anomalia arbitraria (que abrange todo aspecto de pecado ao qual somente Cristo pode nos libertar, pela fé Nele em sua morte e Ressurreição) mas nem todos possuem anomalia condicional. Portanto seremos julgados apenas pela anomalia arbitraria e nunca pela anomalia condicional. 


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Homosexuality, Faith and Science.


Who am I?

        Just a girl who after a long fight against something complicated, inexplicable and inevitable, decided to accept that love is not explained, but feels and lives! However, faced with a society and religious false dogmas that has nothing to do with God, and his love for humanity, say to yourself, hey you are attracted to a girl, go live ahead no matter what they will say no it's that simple. So for years I suppressed my feelings, that makes me so alive, while so trapped by doubts imposed by those who can not understand what happens to us. No one can be so foolish as to accept to live this tightrope, fueling anxieties and tensions. 

        Thus, to be an enigma for life by taxation rules and not examined and verified by yourself does not seem smart. So what I did? My only concern was always to know why everything exists instead of nothing? Where we came from? Why are we here? What is the meaning of life? Considering all the possible and impossible analysis reached the answer, but there is a God who created the heavens and the earth and even sent his beloved son Jesus Christ, so that all who believe in this fact can live fully enjoying an incomparable love and inexplicable grace. Only after this conclusion should even question, the Lord is wrong to have feelings for another woman?
And the answer is, no, of course not, love is a good thing since it is pure and true!

          Why, so much doubt about this? The Scriptures are used and interpreted in different ways for centuries, so the debate on the homosexual issue has arguments, flawed and empty unresponsive and configure the divine perspective with respect to the facts. The passages used to condemn gays, do not hold up, because they are out of context, and do not fit the new newness of life perspective which proposes Jesus in the Gospels, which can be summarized in: love, freedom and truth. Not to stay, gaps and doubts, because it is something a bit complex, I suggest you watch the video below and you can better understand what I'm saying.



       Expanding this discussion we can easily understand that in fact there can be no condemnation because of the individual to be gay, why this is not a choice but a condition as we can understand from genetic studies.

        In fact, the past two decades, scientists have been increasing evidence that homosexuality is not a choice, but determined by genetics. Many sexuality research is beginning to show it. For example, we know that homosexuality is more common in biological relatives of other homosexuals than heterosexuals . [2] Studies also show that the chance that identical twins are both gay men is higher than for non - twin siblings . [3] Recently, a study of 409 pairs of gay twins, the largest held to date, found two regions containing genes that influence the development of sexual orientation [4]. 

       The DNA is composed of nucleotides. When only one nucleotide is changed in the sequence of a gene, called it SNP (single nucleotide polymorphism). The researchers analyzed the genomes of 818 individuals (gay twins) and also the genome of over 90 non-family homosexual these twins. The analysis found SNPs in different genes. This means that homosexuals have some gene whose sequence has a single change, compared to the same genes in heterosexuals. In general, a small change in the gene sequence can make the gene to be expressed differently between individuals, resulting in different characteristics. In the study, the regions with more SNPs found are present on chromosome 8 and the X chromosome (which is one of the sex chromosomes). 

   Among the genes with SNPs, many are related to neuronal development or participate in neurotransmissão.Isso means that the orientation sex appears to be determined before birth.Some findings are interesting: a gene expressed in the brain called CNGA2, it is essential for there to be dependent on sexual behavior odor (odor is connected to testosterone levels and it is important to sexual communication) [5]. Two other genes found, and AVPR2 NPBWR1, are related to the behavior and social interaction in rats [6]. 

     So everything is explained? Different sequences in the genes determine the sexual orientation of the individual? No, nothing is so simple in nature. There are twins (identical genomes) where one is homosexual and heterosexual another, showing that genes can not explain everything. But the explanation for this seems to be still in genetics, more precisely, epigenetics . Simply put, there are factors that "bind" and "turn off" our genes, and that makes individuals with identical genomes may have different characteristics. Scientists have found at least five regions in the human genome that are different between homo- and straight, that is, some genes are 'on' in homosexual and "off" in straight, and vice versa. Evidence suggests that these differences are dependent on the fetal position in the uterus and also the amount of blood received by the fetus from the mother [7]. 

    The existence of male homosexuals has always been an evolutionary genetic paradox, since it exists in several species despite the lower provision for procreation that homosexual individuals have (with consequent not pass the gene to their children). Interestingly, women with the variant gay male genes are not necessarily homosexuals and have higher fertility. Thus, the high fertility of these women in the population seems to "compensate" male homosexuality rate [8]. Some studies show that certain genes related to attraction to men seem to "work" in both homosexuals and women, and in women, it leads to increased reproductive success.

   The latest studies on sexual orientation are at least interesting. Our DNA sequence along with epigenetics explains why mothers and heterosexual parents to have gay children, and the opposite is also true. Moreover, the epigenetic discoveries show how the environment can influence the sexual orientation of the individual, before birth. Just as we are born with brown or blue eyes, we have our intricate sexuality to our DNA.http://www.saense.com.br/2016/08/homossexualidade-e-genetica-e-nao-ha-cura/ 

     Thus analyzing some of the fundamental aspects of this discussion we can understand that God is not against homoafetivas relations, since in fact the individual is not straight. This is a dilemma that many people live or even drop out of life, to repress, thinking they are doing others suffer or violating a Divine rule. I feel obliged to say this, because life is a gift, gift that can not be missed and love can only be experienced, even more knowing that God is love. That way no one has to give up having a relationship and know the Creator, by imagining that you are making a mistake that he condemns. A clear example of this fact, Ellen Page made a controversial statement by saying, "I do not want God's arms but the arms of a girl," Poor Ellen, she does not know you can have both. 

     I want both but above all the God, why in fact nothing makes me happier than being able to have a relationship of love so deep at his side, might know him, understand the world around me, feel what really is love, I feel ecstatic, overflowing, so grateful to know that He is the author of life, of all that is positive for humanity, and for making me understand that being who I am this is among other lesbian things, does not separate me from Him . 

    Because feel something real that makes me so alive, can not be bad and destructive, the simple fact of knowing that the innocent pure love and true, makes possible a harmonious relationship between me and the Creator of the universe. And if I know as stated Dostoyevsk that "there is nothing more beautiful, more profound and more perfect than Christ. Not only nothing, but not even able to be "can not miss the opportunity to be of His hand, and understand that through Him, I have life and life in abundance,




Homossexualidade, Fé e Ciência.


O que é o Amor?

O que é o amor? Poderia ser fácil e simples admitir que amor não se explica, mas, se sente e vive! Porém, diante de uma sociedade e dogmas falsos religiosos que não tem nada a ver com Deus, e seu amor pela humanidade, dizer pra si mesmo ei você esta atraída por uma garota, vá em frente viva sem se importar com o que vão dizer não é tão simples assim. Por isso durante anos reprimi esse sentimento, que me faz tão viva, e ao mesmo tempo tão presa por duvidas impostas por quem não pode entender o que acontece conosco. Ninguém pode ser tão tolo a ponto de aceitar viver nessa corda bamba, alimentando angustias e tensões. 
Dessa forma, ser um enigma por toda vida por imposições e regras não examinadas e verificadas por você mesmo não parece inteligente. Então o que fiz? Minha única preocupação sempre foi saber por que tudo existe em vez do nada? De onde viemos? Por que estamos aqui? Qual o sentido da vida? Diante de todas as analises possíveis e impossíveis alcancei a resposta, sim há um Deus que  criou os céus e a terra e enviou mesmo seu filho amado Jesus Cristo, afim de que todos os que acreditem nesse fato possam viver plenamente desfrutando de uma amor incomparável e graça inexplicável. Somente, após essa conclusão deveria mesmo questionar, Senhor é errado ter sentimentos por outra mulher?
E a resposta é, não, não claro que não, o amor é uma coisa boa desde que seja puro e verdadeiro!
Porque tanta duvida quanto a isto? As Escrituras são utilizadas e interpretadas de diversas formas durante séculos, então o debate sobre a questão homoafetiva tem argumentos, falhos e vazios que não respondem e configuram a perspectiva divina com relação aos fatos.  As passagens utilizadas para condenar gays, não se sustentam, por estarem fora de contexto, e não se adequarem a nova perspectiva de novidade de vida a qual Jesus propõe, nos evangelhos, que pode se resumir em: amor, liberdade e verdade.  Para que não fiquem, lacunas e dúvidas, por se tratar de algo um pouco complexo, sugiro que assista ao vídeo a seguir e poderá entender melhor o que estou dizendo.


Ampliando essa discussão podemos facilmente entender que de fato não pode haver condenação pelo fato do individuo de ser gay, por que isso não é uma escolha mas uma condição, como podemos entender a partir dos estudos genéticos.

De fato, nas últimas duas décadas, cientistas vêm aumentando as evidências de que a homossexualidade não é uma escolha, mas sim determinada pela genética. Muitas pesquisas em sexualidade começam a demonstrar isso. Por exemplo, sabemos que a homossexualidade é mais comum em parentes biológicos de outros homossexuais do que de heterossexuais [2]. Estudos também mostram que a chance de que gêmeos idênticos sejam ambos homossexuais é mais alta do que para irmãos não gêmeos [3]. Recentemente, um estudo com 409 pares de irmãos gêmeos homossexuais, o maior realizado até hoje, encontrou duas regiões contendo genes que influenciam o desenvolvimento da orientação sexual [4].


O DNA é composto por nucleotídeos. Quando apenas um nucleotídeo é trocado na sequência de um gene, chamamos isso de SNP (polimorfismo de nucleotídeo único). Os pesquisadores analisaram os genomas dos 818 indivíduos (gêmeos homossexuais) e também o genoma de mais 90 familiares não-homossexuais desses gêmeos. A análise encontrou SNPs em diversos genes. Isso significa dizer que homossexuais têm alguns genes cuja sequência tem uma única alteração, se comparada aos mesmos genes em heterossexuais. Em geral, uma pequena mudança na sequência gênica pode fazer com que o gene se expresse de maneira diferente entre os indivíduos, originando diferentes características. No estudo, as regiões com mais SNPs encontrados estão presentes no cromossomo 8 e no cromossomo X (que é um dos cromossomos sexuais).


Dentre os genes com SNPs, muitos estão relacionados ao desenvolvimento neuronal ou participam na neurotransmissão.Isso significa dizer que a orientação sexual parece ser determinada antes do nascimento. Algumas descobertas são interessantes: um gene expresso no cérebro, chamado CNGA2, é essencial para que exista comportamento sexual dependente de odor (o odor está ligado aos níveis de testosterona e é importante para a comunicação sexual) [5]. Outros dois genes encontrados,AVPR2 e NPBWR1, têm relação com o comportamento e interação social em ratos [6].


Então está tudo explicado? Sequências diferentes nos genes determinam a orientação sexual do indivíduo? Não, nada é tão simples na natureza. Existem irmãos gêmeos (genomas idênticos) onde um é homossexual e o outro heterossexual, mostrando que os genes não conseguem explicar tudo. Mas a explicação para este fato parece ainda estar na genética, mais precisamente,epigenética. Simplificando, existem fatores que “ligam” e “desligam” nossos genes, e isso faz com que indivíduos com genomas idênticos possam ter características diferentes. Cientistas já encontraram pelo menos cinco regiões no genoma humano que são diferentes entre homo e heterossexuais, ou seja, alguns genes estão “ligados” em homossexuais e “desligados” em heterossexuais, e vice-versa. Evidências sugerem que essas diferenças são dependentes da posição do feto no útero e também da quantidade de sangue que o feto recebe da mãe [7].


A existência de homossexuais do sexo masculino sempre foi um paradoxo genético evolutivo, já que este existe em diversas espécies apesar da menor disposição para procriação que os indivíduos homossexuais possuem (com consequente não passagem dos genes para os filhos). Curiosamente, mulheres que apresentam a variante de genes homossexuais masculinos não são necessariamente homossexuais e apresentam maior fertilidade. Assim, a alta fecundidade dessas mulheres na população parece “compensar” a taxa de homossexualidade masculina [8]. Alguns estudos mostram que certos genes relacionados à atração por homens parecem “funcionar” tanto em homossexuais, quanto em mulheres, e, no sexo feminino, isso leva ao aumento do sucesso reprodutivo.
Os últimos estudos sobre orientação sexual são, no mínimo, interessantes. Nossa sequência de DNA, juntamente com a epigenética, explica o porquê de mães e pais heterossexuais poderem ter filhos homossexuais, sendo o contrário também verdadeiro. Além disso, as descobertas em epigenética mostram o quanto o ambiente pode influenciar a orientação sexual do indivíduo, desde antes do nascimento. Do mesmo modo que nascemos com olhos castanhos ou azuis, temos nossa sexualidade intrincada ao nosso DNA. http://www.saense.com.br/2016/08/homossexualidade-e-genetica-e-nao-ha-cura/


Assim analisando alguns dos aspectos fundamentais dessa discussão podemos entender que Deus não é contra relações homoafetivas, desde que de fato o individuo não seja hetero. Esse é um dilema que muitas pessoas vivem ou ate mesmo desistem da vida, por se reprimir, imaginando que estão fazendo os outros sofrerem ou infringindo uma regra Divina.


Sinto-me na obrigação de dizer isso, por que a vida é um presente, uma dádiva que não pode ser desperdiçada e o amor não pode deixar de ser vivido, ainda mais sabendo que Deus é amor. Dessa forma ninguém precisa desistir de ter uma relação e conhecer ao Criador, por imaginar que está cometendo um erro que Ele condena. Um claro exemplo para esse fato, a Ellen Page fez uma declaração polêmica ao dizer, “eu não quero os braços de Deus mas os braços de uma garota”, pobre Ellen, ela não sabe que pode ter os dois.


Eu quero os dois mas acima de tudo os de Deus, por que de fato nada me faz mais feliz que poder ter uma relação de amor tão profunda ao seu lado, poder conhecê-lo, entender o mundo ao meu redor, sentir o que de fato é o amor, sinto-me em êxtase, transbordante, imensamente grata por saber que Ele é o autor da vida, de tudo que é positivo para a humanidade, e por me fazer entender que ser quem eu sou isto é dentre outras coisas gay, não me separa Dele.


Por que sentir algo real que me faz tão viva, não pode ser algo ruim e destrutivo, pelo simples fato de saber que o amor puro inocente e verdadeiro, torna possível uma relação harmônica entre mim e o Criador do Universo.


E se eu sei como afirmou Dostoyevsk que “nada há de mais belo, de mais profundo e mais perfeito do que Cristo. Não só não há nada, mas nem se quer poder haver”, não posso perder a oportunidade de estar ao lado Dele, e entender que através Dele, posso ter vida e vida em abundância,

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Para entender a justiça | Pr. Olavo Feijó



Provérbios 28:15 - ¶ Como leão rugidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre. 












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Evidências de uma genuína conversão | Pastor Sérgio Fernandes









quarta-feira, 15 de junho de 2016

Focado em Deus: O que é santidade?

Focado em Deus: O que é santidade?:    Lamentavelmente, os escândalos ocorridos nas igrejas vêm confirmar nosso entendimento de que em muitos ambientes evangélicos, a sa...

terça-feira, 14 de junho de 2016

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A fonte do conhecimento de Deus | Pastor Sérgio Fernandes


Salmos 119:2 - Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração. 

A Escritura sempre ocupou um lugar especial no coração daqueles que foram chamados pelo Senhor. Na sequencia dessa série, falaremos um pouco sobre a composição da Bíblia e como os livros foram sendo revelados por Deus e entregues para a humanidade. O povo da fé entendia que a Escritura era uma demonstração da bondade e da fidelidade do Senhor, que se deixava conhecer de modo claro e compreensível. Assim, poderemos encontrar na Escritura diversas afirmações sobre como os fiéis valorizavam a mensagem revelada de Deus. A mais conhecida é o Salmo 119. Essa joia, que foi estrategicamente posicionada no meio de nossas Bíblias, nos apresentam 176 versículos que demonstram a paixão de um dos salmistas pela Escritura.

Sem a Escritura, o conhecimento de Deus se perderia em meio a tradições e filosofias humanas. As verdades eternas a respeito do Criador, assim como as doutrinas da graça divina, estariam fatalmente espalhadas e misturadas com superstições das mais variadas. Desse modo, a existência do Livro Sagrado nos traz uma profunda segurança e uma esperança viva e concreta. Porque temos a Bíblia, sabemos exatamente o que o Senhor quis revelar a nós, assim como aquilo que Ele preferiu ocultar. Estamos diante de um registro exato que, como um farol, nos ilumina em nossa jornada nessa terra. E por ela, tomamos ciência daquilo que o Senhor fez para nos salvar e sobre como devemos viver, agora que fomos iluminados pelo Espírito e regenerados para uma nova vida. Por causa da Bíblia, podemos viver seguros em Cristo, tendo em mente as preciosas e fiéis promessas que Ele nos deixou.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

GUERRA CIVIL E A PAZ GLOBAL DA ONU

IMPEACHMENT, GUERRA CIVIL E QUEDA DAS SOBERANIAS

Corações Aflitos | Pr. Olavo Feijó








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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Deus, mais forte que os malignos | Pr. Olavo Feijó



Jeremias 15:21 - E arrebatar-te-ei da mão dos malignos, e livrar-te-ei da mão dos fortes.




O cativeiro, além de ser um fato histórico, foi também, um referencial, com o objetivo de nos ensinar sobre o incompreensível poder da graça divina. “Arrebatar-te-ei da mão dos malignos e livrar-te-ei da mão dos fortes” (Jeremias 15:21).
O ensino bíblico precedeu o ensino da pedagogia contemporânea, sobre a disciplina comoo componente integrante da postura do amor. Ao escrever Sua carta à igreja de Laodicéia, Jesus fez questão de ser bem claro: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso e arrepende-te”.
A revelação bíblica é categórica. O mal não é uma entidade, com poderes equivalentes ao poder de Deus. O bem é a entidade, a única entidade com vida própria, com poder próprio. Desobedecer a Deus é recusar Sua soberania e atrair a enfermidade espiritual que nos condena à morte. Enquanto estamos neste mundo, amar a Deus e obedecê-lo significa atrair o ódio e a violência dos inimigos do Senhor. A suprema garantia que Deus nos dá, todavia, é: “livrar-te-ei da mão dos fortes”. A experiência, através dos séculos, não nos leva a ter medo dos malignos: o que ela nos confirma é que cultivar a comunhão amorável com o Senhor é o único poder que nos liberta da maldade dos malignos.

sábado, 7 de maio de 2016

quarta-feira, 9 de março de 2016

Vivendo na plenitude dos tempos: Agamben e Zizek leitores de Paulo






Introdução
Existe contemporaneamente uma recuperação secularizada do pensamento do apóstolo Paulo por vários filósofos, juristas e pensadores não cristãos.1 Por esse motivo, uma série de pensadores hodiernos volta-se para os escritos de Paulo como fontes privilegiadas para se pensar a condição humana e a condição social contemporânea de uma forma muito frutífera – para além daquela visão tacanha da academia que tradicionalmente só conseguia enxergar a Bíblia como um livro mitológico sem importância para o pensamento. O que estes autores têm mostrado é que as Escrituras são uma fonte privilegiada na história dos sistemas de pensamento, bem como o pensamento de Paulo de importância fundamental.

Dentre estes pensadores, gostaríamos de chamar atenção de dois que se ocuparam da temática do tempo messiânico a partir de um olhar paulino. O esloveno Slavoj e o italiano Giorgio Agamben. O primeiro há muito tem escrito sobre teologia política e sobre o legado cristão para se pensar a contemporaneidade social. Contudo, para os nossos interesses imediatos, um livro recente se destaca: Vivendo no fim dos tempos (2010). Nele o filósofo desenvolve a tese de que estamos “em termos históricos, os ‘tempos interessantes’, [que sempre] foram períodos de inquietação, guerra e luta pelo poder em que milhões de inocentes sofrem as consequências” (, 2012, p. 291). Ou seja, estamos vivendo no fim dos tempos, de um ponto de vista histórico-social, em que se aproxima um ponto zero apocalíptico. Para o filósofo, “seus ‘quatro cavaleiros do Apocalipse’ são a crise ecológica, as consequências da revolução biogenética, os desequilíbrios do próprio sistema”, isto é, “(problemas de propriedade intelectual, a luta vindoura por matéria-prima, comida e água) e o crescimento explosivo das divisões e exclusões sociais” (2012, p. 11-12). Contudo, algo com que conclui seu texto a respeito de uma característica de viver em tempos assim, é que:


Nossa situação, portanto, é diametralmente oposta à dificuldades clássica do século XX, em que a esquerda sabia o que tinha de fazer (fundar a ditadura do proletariado, etc.), mas precisava esperar com paciência até que surgisse a oportunidade. Hoje, não sabemos o que fazer, mas temos de agora, porque as consequências da inação podem ser catastróficas. Temos de nos aventurar no abismo do novo em condições totalmente inadequadas; temos de reinventar aspectos do novo apenas para manter o que era bom no velho (educação, assistência médica, etc.). [...] Em resumo, nossa época pode ser caracterizada do mesmo modo como Stalin caracterizou a bom atômica: não é para quem tem nervos fracos. O comunismo, hoje, não é o nome da solução, mas o nome do problema: o problema das áreas comuns em todas as suas dimensões. [...] Seja qual for a solução, ela terá de resolver esse problema (2012, p. 362).


O que fica claro neste raciocínio de é que, embora a situação planetária não possa continuar como está, nenhuma das tradicionais áreas de ação política tem a menor e mais animadora proposta para desencadear algo de novo no mundo da vida. Comunismo já não é mais o nome da solução hoje, mas o nome daquilo que caracteriza a essência de todos os problemas que enfrentamos. Neste sentido, quem erguer para si a incumbência de responder as questões contemporâneas precisará dar conta de problemas desta natureza. 

I. O tempo messiânico e o fim dos tempos
Justamente diante deste cenário de que estamos vivendo em um achatamento temporal característico do fim dos tempos, é que Giorgio Agamben identifica quem realmente precisa assumir um papel decisivo na contemporaneidade: a Igreja. Em uma conferência proferida à catedral de Notre-Dame, em Paris, em março de 2009 o filósofo nos diz o seguinte:


O tempo do Messias, como veremos, não é um período cronológico, mas sobretudo uma transformação qualitativa do tempo vivido. E, nesse tempo, algo como um atraso cronológico – como se diz de um trem que está atrasado – não é nem mesmo concebível. Exatamente como a experiência do tempo messiânico é tal que é impossível nela habitar, assim também algo como um atraso não pode se produzir. É isso que Paulo lembra ao tessalonicenses: “A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor vem como um ladrão de noite” (1Ts 5,1-2). “Vir (erchetai)” está no presente, justamente como o Messias é chamado nos Evangelhos o “ho erchomenos”, aquele que vem, que não cessa de vir. Um filósofo do século XX, que tinha ouvido a lição de Paulo, repete do seu modo: “Cada instante é a porta estreita através da qual o Messias pode passar” (W. Benjamin). É, portanto, da estrutura desse tempo, que é o tempo do Messias como Paulo o descreve, que eu gostaria de tratar. Um primeiro mal-entendido que é preciso evitar com relação a isso é o de confundir o tempo e a mensagem messiânicos com o tempo e a mensagem apocalípticos. A apocalíptica se situa no último dia, o dia da cólera: vê o fim dos tempos e descreve aquilo que vê. O tempo que o Apóstolo vê, pelo contrário, não é o fim dos tempos. Se quiséssemos expressar com uma fórmula a diferença entre o messiânico e o apocalíptico, deveríamos dizer que o messiânico não é o fim dos tempos, mas o tempo do fim. Messiânico não é o fim dos tempos, mas a relação de cada instante, de cada kairós, com o fim dos tempos e com a eternidade. Assim, aquilo que interessa a Paulo não é o último dia, o instante no qual o tempo termina, mas sim o tempo que se contrai e que começa a acabar. Ou, se preferirmos, o tempo que resta entre o tempo e o seu fim (AGAMBEN, 2013, s/p.).


Se esta conferência não tivesse sido proferida antes da publicação do livro de , poderíamos dizer sem medo de errar que Agamben está se dirigindo diretamente ao filósofo esloveno. Mas este não é o caso. O que o italiano faz aqui é corrigir uma tendência recorrente, dentro e fora do pensamento cristão, de encarar o tempo messiânico como o tempo apocalíptico, ou o fim dos tempos. Não é isso que está em questão nos escritos de Paulo nem na proposta filosófica de Agamben. “Como podemos representar esse tempo?”, pergunta o filósofo. Bem, a resposta é: “viver no ‘tempo que resta’ ou viver o ‘tempo do fim’ só pode significar uma transformação radical da experiência e também da representação habitual do tempo”. Isto significa dizer que “não é mais a linha homogênea e infinita do tempo cronológico profano (representável, mas vazio de qualquer experiência), nem o instante pontual e da mesma forma impensável do seu fim” (AGAMBEN, 2013, s/p.). Ou seja, trata-se de formular uma nova imagem do tempo que está para além “de todas as intervenções e mudanças histórico-redentoras anteriores na extensão do tempo” (RIDDERBOS, 2004, p. 88), isto é, o chronos e do kairos gregos. Neste sentido, trata-se de uma transformação radical da existência:


É um tempo que pulsa dentro do tempo cronológico, que o trabalha e o transforma a partir de dentro. É, de um lado, o tempo que o tempo emprega para terminar; de outro, o tempo que nos resta, o tempo do qual precisamos para fazer o tempo terminar, para atingir a meta, para nos libertarmos da nossa representação ordinária do tempo. Enquanto esta última, enquanto tempo dentro do qual acreditamos estar, nos separa daquilo que somos e nos transforma em espectadores impotentes de nós mesmos, o tempo do Messias, ao contrário, enquanto tempo operativo (kairós) no qual compreendemos pela primeira vez o tempo (o chronos), é o tempo que nós mesmos somos. É claro que esse tempo não é um outro tempo, que teria o seu lugar em algum outro lugar improvável e venturo. É, pelo contrário, o único tempo real, o único tempo que temos, e fazer experiência desse tempo implica em uma transformação integral de nós mesmos e do nosso modo de viver (AGAMBEN, 2013, s/p.).


Para justificar estas suas afirmações teológico-temporais, Agamben utiliza o texto bíblico de 1Coríntios 7.25-40 – que ele chama de: “uma passagem extraordinária, que é talvez a mais bela definição que ele deu da vida messiânica” (2013, s/p.). Segundo o filósofo, quando o apóstolo Paulo nos diz que “de agora em diante, aqueles que... vivam como se...” (v. 30-31), ele está explicando que “o sentido último da vocação messiânica é de ser a revogação de toda vocação.2 Justamente como o tempo messiânico transforma, a partir de dentro, o tempo cronológico, assim a vocação messiânica, graças ao ‘hos me’, ao ‘como se não’”, em outras palavras, “é a revogação de toda vocação, que muda e esvazia a partir de dentro toda experiência e toda condição factual para abri-la a um novo uso” (2013, s/p.). 

Diante de tudo isto, fica ainda mais claro toda a relação escatológica que o apóstolo Paulo infere de uma simples pergunta da igreja local a respeito do casamento, virgindade, noivado e viuvez. No interior de seu pensamento, ainda que todas estas particularidades possam ser encaradas como vocações de Deus para seus filhos – como casamento, o celibato, etc. – elas, de forma alguma, podem sobrepujar a importância da vocação única e principal de todo discípulo de Cristo: a vocação messiânica. Acima de tudo, das “esposas... choro... felicidade... compras... coisas do mundo...” (v. 30-31), precisamos compreender que a vocação de viver no tempo messiânico é a revogação de toda a vocação – ou em um sentido mais abrandado, é a relativização de toda a vocação e condição pessoal. Pois todas as outras condições pessoais que não a vocação messiânica, fazem parte da “forma presente deste mundo [que] está passando” (v. 31).3 

Ou seja, quando o apóstolo descreve a postura da Igreja no mundo, ele nos fornece o paradigma das condições de existência de vivermos na plenitude dos tempos. Observe que não devemos confundir a plenitude dos tempos com o fim dos tempos, como sugeriu . Isto porque não estamos vivendo as últimas coisas, mas sim as penúltimas coisas. Conforme sugere Agamben:


É um ponto importante, já que nos permite pensar corretamente essa relação entre as coisas últimas e as coisas penúltimas, que define a condição messiânica. Pode um cristão viver apenas de coisas últimas? Um grande teólogo protestante, Dietrich Bonhoeffer, denunciou a falsa alternativa entre radicalismo e compromisso, que parte, em ambos os casos, da separação clara entre as realidades últimas e as realidades penúltimas, isto é, aquelas que definem a nossa condição social e humana de todos os dias. Ora, como o tempo messiânico não é um outro tempo, mas sim uma transformação do tempo cronológico, assim viver as coisas últimas é, antes de tudo, viver de outro modo as coisas penúltimas. A verdadeira escatologia talvez não seja outra coisa que a transformação da experiência das coisas penúltimas. Já que as realidades últimas têm primeiro lugar dentre as penúltimas, estas – contra toda radicalismo – não podem ser simplesmente rejeitadas; mas – pela mesma razão e contra toda possibilidade de compromisso – as coisas penúltimas não podem ser consideradas como últimas. É com o verbo “katargein” – que não quer dizer “destruir”, mas sim tornar inoperante, literalmente “des-operar” – que Paulo expressa a relação entre o que é último e o que não é. A realidade última desativa, suspende e transforma a realidade penúltima, mas é, porém, no seu interior que ela entra em jogo inteiramente. Isso permite compreender a situação própria do Reino em Paulo. Ao contrário da corrente representação escatológica, deve ser lembrado que, para ele, o tempo do Messias não pode ser um tempo futuro. A expressão com a qual ele indica esse tempo é sempre “ho nyn kairos”, o tempo do agora. Como escreve em 2Cor 6,2: “[Idou nyn] Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!”. “Paroikia” e “parousia”, estada do estrangeiro e presença do Messias, têm a mesma estrutura que é expressada em grego com a preposição ”para”: a de uma presença que distende o tempo, de um já que é também um não ainda, de um atraso que não é um adiamento para mais tarde, mas um descarte e uma disjunção dentro do presente, que nos permite compreender o tempo. Vê-se bem, portanto, que a experiência desse tempo não é algo que a Igreja possa escolher entre fazer ou não fazer. Não existe Igreja senão nesse tempo e por meio desse tempo (2013, s/p.).


Com estas palavras Agamben fornece-nos lentes privilegiadas para compreendermos não só o texto supracitado de 1Coríntios 7, mas todo o pensamento do apóstolo Paulo que, segundo Herman Ridderbos, orbita em torno da concepção histórica do tempo escatológico da salvação iniciado pelo acontecimento-Cristo (cf. RIDDERBOS, 2004, p. 47). Para o apóstolo dos gentios, uma vez que o tempo messiânico é a transformação radical e qualitativa do tempo cronológico em que vivemos, viver o tempo que resta é viver de outro modo as coisas penúltimas, ou seja, todas as coisas que antecedem o verdadeiro fim dos tempos. A vida cristã em nossa condição social e humana de todos os dias, significa viver nosso casamento, comércio, utilização do mundo de um modo inoperante (cf. 1Co 7.25-40). Estas coisas já não estão em operação total, ou seja, não são nossa vocação principal, mas antes relativizam-se diante de nossa vocação messiânica de viver para a glória de Deus. Elas não são rejeitadas, como se não fossem importantes – como nos lembra Bonhoeffer falando a respeito dos radicalistas. Mas, antes, são vistas a luz de um novo compromisso: não um compromisso nosso simplesmente com elas, mas com o Messias, que transforma nossa maneira de viver no mundo. Além disso, Agamben também nos mostra que, por excelência, este modo de vida messiânico só pode ser vivido pela Igreja. Não existe Igreja sem esta vocação.

II. A Igreja agindo nas coisas penúltimas contemporaneamente
Após esta reconstrução da argumentação de Agamben, podemos nos voltar àquilo que falamos no começo, a saber: a concepção histórico-escatológica do apóstolo Paulo tem potencialidade criativa não só para o ambiente cristão, mas também de um pensamento teológico-político pungente. A demanda político-social que levantou em sua obra Vivendo no fim dos tempos, da necessidade de fornecermos uma resposta às demandas sociais mais urgentes que nos assolam contemporaneamente, só poderá originar-se em um pensamento que toma como pressupostos esta categorização paulina a respeito do tempo e da existência sob a vocação messiânica. Em síntese, um pensamento pungente para as questões hodiernas só poderá vir da vivência exaustiva da vocação das igrejas de Cristo. É da Igreja, e tão somente dela, que poderá vir as respostas honestas às questões honestas de nossa contemporaneidade. Como coloca mais uma vez Agamben:


O que há dessa experiência do tempo do Messias na Igreja de hoje? De fato, a referência às coisas últimas parece ter desaparecido do discurso da Igreja a tal ponto que se pôde dizer, não sem ironia, que a Igreja de Roma fechou o Escritório Escatológico. E é com ironia, sem dúvida ainda mais amarga, que um teólogo francês pôde escrever: “Esperava-se o Reino, e chegou a Igreja”. É uma imagem poderosa, sobre a qual devemos refletir. Considerando o que foi dito acima sobre a estrutura do tempo messiânico, é claro que não se trata de criticar a Igreja pelo seu compromisso em nome do radicalismo. Nem se trata, como fez o maior teólogo ortodoxo do século XIX, Fëdor Dostoevskyi, de apresentar a Igreja de Roma sob a figura do Grande Inquisidor. Trata-se de uma outra coisa, ou seja, da capacidade da Igreja de compreender o que Mateus 16,3 chama de sinais dos tempos, “ta semeia ton kairon”. Quais são esses sinais que o Evangelho opõe ao desejo vão de interpretar o aspecto do céu? Se a história é penúltima em referência ao Reino, este – viu-se acima – tem o seu lugar antes de tudo e acima tudo na história. Viver no tempo do Messias exige, portanto, a capacidade de ler os sinais da sua presença na história, de reconhecer no seu percurso o selo da economia da salvação. Aos olhos dos Padres – mas também para os filósofos que refletiram sobre a filosofia da história, que foi e continua sendo (também em Marx) uma disciplina essencialmente cristã –, a história se apresentava como um campo de tensões, percorrido por duas correntes opostas: a primeira – que Paulo, em uma célebre e enigmática passagem da Segunda Carta aos Tessalonicenses, chama de “to catechon”– que considera e diferencia sem parar o fim do mundo ao longo da linha do tempo cronológico, infinito e homogêneo; a outra que, colocando em tensão a origem e o fim, não cessa de interromper e levar o tempo a termo. Chamamos de lei ou de Estado a primeira polaridade, devotada à economia, ou seja, ao governo infinito do mundo; e chamamos de Messias ou de Igreja a segunda, cuja economia – a economia da salvação – é essencialmente finita. Uma comunidade humana não pode sobreviver se essas duas polaridades não estão copresentes, se não existe entre elas uma tensão e uma relação dialética. Ora, é exatamente essa tensão que hoje é despedaçada. Enquanto a percepção da economia da salvação no tempo histórico se ofusca na Igreja, vê-se a economia estender seu próprio domínio cego e derrisório sobre todos os aspectos da vida social (2013, s/p.). 


Se algo fica claro em todas estas palavras, é que a filosofia continental contemporânea parece ter descoberto algo que o apóstolo Paulo passou o fim de seus dias pregando aqui na terra: a Igreja de Cristo materializa uma vocação histórica tão importante que extrapola até mesmo os seus domínios particulares e privados das igrejas locais. O pensamento de fora das igrejas compreendeu algo que é a base da existência da Igreja: existe uma vocação messiânica da Igreja de Cristo em polarizar e se contrapor a uma tensão constituinte do governo infinito da Lei, do Estado e da economia. Enquanto estas instituições e dinâmicas sociais buscam empreender um governo infinito do mundo, era a Igreja de Cristo que tinha o papel público de estar proclamando constantemente: o tempo que nos resta é pouco! Não se entreguem totalmente as demandas da Lei, do Estado e da economia, não vivam como se toda a existência de vocês estivesse alicerçada naquilo que promete uma infinitude que não pode oferecer. O tempo que nos resta é pouco! Precisamos viver “como se...” (1Co 7.30-31) não estivéssemos inseridos nestas dinâmicas sociais.

O que Agamben está nos sugerindo, contudo, é que essa vocação de ser uma comunidade de contracultura e de proclamação em tensão a todas as outras instituições sociais “hoje é despedaçada”. E mais do que isso, ele nos mostra acima que “enquanto a percepção da economia da salvação no tempo histórico se ofusca na Igreja, vê-se a economia estender seu próprio domínio cego e derrisório sobre todos os aspectos da vida social”. Ou seja, se estamos vivendo dias difíceis na política mundial – algo que os filósofos contemporâneos chamam de era pós-política, biopolítica ou simplesmente de eclipse político – uma das causas é o ausentar da Igreja de sua tarefa pública. Por se ausentar de proclamar todas as implicações da experiência do tempo messiânico, tal como Paulo expõe aqui na epístola aos Coríntios, a Igreja colabora para os dias difíceis que estamos enfrentando. A contemporaneidade é marcada, portanto, “não apenas a crise do direito e dos Estados, mas também e, sobretudo, a da Igreja”.

Conclusão
Diante de tudo isto, torna-se muito mais claro o fenômeno de multiplicação vertiginosa dos discursos filosóficos, sociológicos e ideológicos “que parecem competir para profetizar em todos os campos das catástrofes irreversíveis” – tal como faz em seu livro Vivendo no fim dos tempos, por exemplo. Todos estes autores estão apenas tentando ocupar, de forma equivocada e secularizada, um lugar que é por excelência da Igreja. Estão tentando recuperar este clamor escatológico que parece não estar mais presente em lugar nenhum: 


O estado de crise e de emergência permanente que os governos do mundo proclamam hoje é justamente a paródia secularizada da perpétua atualização do juízo último na história da Igreja. Ao eclipse da experiência messiânica do cumprimento da lei e do tempo, corresponde uma hipertrofia inaudita do direito, que pretende legislar sobre tudo, mas que trai com um excesso de legalidade a perda de toda legitimidade verdadeira. Afirmo, aqui e agora, medindo as palavras: hoje, sobre a terra, não há mais nenhum poder legítimo, e os próprios poderosos do mundo são todos reis de ilegitimidade. A jurisdização e a economização integral das relações humanas, a confusão entre aquilo em que podemos crer, esperar, amar, e aquilo que somos levados a fazer ou a não fazer, a dizer ou a não dizer, marca não apenas a crise do direito e dos Estados, mas também e sobretudo a da Igreja, pois a Igreja não pode viver senão se mantendo – enquanto instituição – em relação imediata com o fim da Igreja. E – não devemos esquecer –, na teologia cristã, há uma única instituição que não conhecerá seu fim e sua dissolução: é o inferno. Aqui se vê bem – me parece – que o modelo da política de hoje – que aspira a uma economia infinita do mundo – é propriamente infernal. E, se a Igreja despedaça a sua relação original com a “paroikia”, ela só pode se perder no tempo. Eis porque a pergunta que eu coloco, certamente sem ter nenhuma autoridade para fazê-la senão a de um hábito obstinado de ler os sinais dos tempos, se resume nesta: a Igreja se decidirá a aproveitar a sua ocasião histórica e a retomar a sua vocação messiânica? Pois o risco é que ela mesma seja arrastada para a ruína que ameaça todos os governos e todas as instituições da terra (2013, s/p.). 


A crise jurídica que experimentamos que “corresponde uma hipertrofia inaudita do direito, que pretende legislar sobre tudo”, nada mais é do que um resultado do eclipse da experiência messiânica do cumprimento da lei e do tempo. Era a igreja, enquanto comunidade dentro da comunidade social, que tinha o papel na história de denunciar este excesso jurídico-político sobre todos os aspectos da vida – a chamada biopolítica – comportando-se de uma forma diferente. Como o próprio apóstolo Paulo escreve a respeito deste assunto: “digo isso para envergonhá-los. Acaso não há entre vocês alguém suficientemente sábio para julgar uma causa entre irmãos? Mas, ao invés disso, um irmão vai ao tribunal contra outro irmão, e isso diante de descrentes! O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota. Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo? Em vez disso vocês mesmos causam injustiças e prejuízos, e isso contra irmãos!” (1Co 6.5-8). O simples fato da Igreja de Cristo buscar as estruturas jurídicas existentes para resolver seus problemas é uma vergonha e sinal de completa derrota do propósito ao qual foram chamados. Isto porque a Igreja é, por definição, aquela que confronta e tenciona esta forma de vida no mundo, regida pela Lei, pelo Estado e pela economia. A Igreja é a comunidade que polariza estas dinâmicas sociais lembrando a cada um de seus cidadãos: o tempo que nos resta é pouco! Vivam como se não estivem entregues a lei, ao Estado e a economia. Viva como se não comprasse, como se não usasse as coisas do mundo. Vivam a vida do Messias no tempo messiânico que já nos é presente, mesmo que ainda não em plenitude. 

Frente a tudo isto que concluímos este ponto subscrevendo o apelo do comentarista David Prior quando nos diz: “talvez seja mais do que tempo de os cristãos se lançarem indagações que exijam respostas ainda mais radicais, com base nos ensinamentos de Paulo apresentados neste capítulo [1Co 7]” (PRIOR, 2011, p. 142). A Igreja precisa recuperar sua vocação messiânica urgentemente. Falando da igreja Católica Romana, mas podendo expandir esta crítica a toda cristandade hodierna, Agamben diz que estamos vivendo como se tivéssemos fechado nosso Escritório Escatológico. Isto porque desapareceu do discurso da Igreja a referência às coisas últimas e, por conseguinte, a necessidade de se viver as coisas penúltimas. Acreditamos que isto se deu pela igreja ter se tornado uma instituição forte, socialmente quase inabalável e culturalmente absorvida. Contudo, o chamado bíblico para a Igreja nunca foi este. Esta estabilidade que dá a falsa sensação de infinitude e ausência de um tempo do fim nunca foi algo que a Igreja deveria ter adquirido. Em uma crítica com humor teológico muito refinado, Agamben nos diz que: “não devemos esquecer na teologia cristã, há uma única instituição que não conhecerá seu fim e sua dissolução: é o inferno” (2013, s/p.). É por isso que ele conclui que “o modelo da política de hoje – que aspira a uma economia infinita do mundo – é propriamente infernal” (2013, s/p.). Bem, à luz deste raciocínio, toda igreja local que se esquiva de sua responsabilidade de anuncio escatológico está subscrevendo uma postura infernal de almejar uma existência infinita e bem estabilizada. 

A pergunta que nos resta é a mesma com que Agamben termina sua conferência na Catedral de Notre-Dame: “a Igreja se decidirá a aproveitar a sua ocasião histórica e a retomar a sua vocação messiânica? Pois o risco é que ela mesma seja arrastada para a ruína que ameaça todos os governos e todas as instituições da terra” (2013, s/p.). Precisamos rejeitar, como tentação infernal, toda e qualquer oportunidade de nos esquivarmos de uma pregação escatológica sobre a plenitude do tempo messiânico. Não podemos nos deleitar em qualquer estabilidade econômica, política e cultural que nossas igrejas locais adquiriram. Precisamos sempre apontar para além de nós e além desta falsa sensação de estabilidade. Precisamos anunciar a lição do apóstolo Paulo no texto bíblico de 1Co 7.25-40: o tempo que resta antes do fim requer uma forma de vida diferente, seja em relação a nossa condição sentimental pessoal, seja econômica, profissional etc. Caso não seja esta nossa postura, corremos o risco de desaparecer, enquanto igrejas locais, para a mesma ruína que ameaça todos os governos e instituições da face da terra que não calcaram em Cristo sua estabilidade. 







FONTE:http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=386

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGAMBEN, Giorgio. Cristianismo como religião: vocação messiânica. Trad. Moisés Sbardelotto. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br. Acessado em: 09 de setembro de 2013.
_________. El tiempo que resta: comentario a la carta a los Romanos. Trad. Antonio Piñero. Madrid: Editorial Trotta, 2006.

BADIOU, Alain. São Paulo: a fundação do universalismo. Trad. Wanda Caldeira Brant. São Paulo: Boitempo, 2009. 
BÍBLIA. Bíblia sagrada: Nova Versão Internacional. São Paulo: Editora Vida, 2000. 
PRIOR, 1Coríntios: a vida na igreja local. Trad. Yolanda M. Krievin. 2.ed. São Paulo: ABU Editora, 2001. 
RIDDERBOS, Herman. A teologia do apóstolo Paulo: a obra definitiva sobre o pensamento do apóstolo dos gentios. Trad. Suzana Klassen. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.
, Slavoj. Vivendo no fim dos tempos. Trad. Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2012.


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1Quem parece sintetizar bem esta tendência contemporânea é o filósofo Alain Badiou quando diz: “Paulo não é, para mim, um apóstolo ou um santo. Eu não tenho a menor necessidade da Nova que ele declara ou do culto que lhe foi consagrado. Mas ele é uma figura subjetiva de importância fundamental”, isto porque, “para mim Paulo é um pensador-poeta do acontecimento e, ao mesmo tempo, aquele que pratica e enuncia atos constantes característicos do que se pode denominar a figura militante” (BADIOU, 2009, p. 7-8).
2Todas as vezes que o conceito “vocação messiânica” aparece no presente texto, ele se refere à nova condição existência e transformação particular das circunstâncias pessoais de todo aquele que foi chamado pelo Messias para viver em novidade de vida. Giorgio Agamben desenvolve exaustivamente este conceito em seu livro El tiempo que resta: comentario a la carta a los Romanos (2006). A partir do termo grego kletós (literalmente: “chamar”, “vocacionar”), o autor sustenta que: “a ekklesía, a comunidade messiânica, é para Paulo literalmente o conjunto das kleseis, das vocações messiânicas” (2006, p. 32).
3Por tudo isso, podemos parafrasear as palavras do apóstolo Paulo da seguinte forma: “de agora em diante todos aqueles que são discípulos do Messias relativizem a importância de sua condição pessoal e do seu chamado particular no mundo. Aqueles que estão casados, envolvidos em negócios, utilizando as coisas desse mundo, vivam como se não estivessem ligados a estas coisas, pois todas estas dinâmicas, processos e condições existências fazem parte de uma forma de vida que está passando e chegando ao seu fim”.